De quem é a culpa, afinal?
- Eduardo Meneses
- 26 de mar.
- 2 min de leitura
Carla Zambelli já está condenada pelo STF antes mesmo que seu julgamento chegue ao fim. Os votos antecipados de dois ministros fizeram com que o resultado saísse, apesar do pedido de vista de Nunes Marques.
Parecia óbvio que Zambelli seria condenada, afinal de contas ela protagonizou uma das mais lamentáveis cenas da nossa história política ao correr atrás de um homem, armada, sendo filmada por diversas pessoas, e isso por um motivo banal.
Além de ser condenada por esse ato, também foi julgada e condenada por Jair Bolsonaro, que afirmou, ontem e antes, que ela foi diretamente responsável por sua derrota nas urnas em 2022. Em suas palavras, "ela tirou a eleição da gente".
A covardia da família Bolsonaro é algo nítido. Bolsonaro sempre jogou para terceiros as suas responsabilidades. Em 2022, ele atiçou seus seguidores a colaborarem para a implementação de um golpe e, às vésperas do acontecimento, embarcou para os Estados Unidos para assistir a tudo pela TV. Também pediu PIX aos seus seguidores para pagar suas multas, contraídas em seu mandato, arrecadando aproximadamente 17 milhões de reais. Resultado: embolsou o dinheiro. Seu filho, Eduardo, decidiu ficar nos Estados Unidos, alegando perseguição do judiciário. Eduardo sequer está indiciado no inquérito do golpe e, ainda por cima, já estaria de malas prontas e filhos matriculados nos Estados Unidos desde novembro do ano passado, ou seja, antes do pedido de apreensão do seu passaporte, feito pelo PT e pelo PSOL.
Agora, o que é mais intrigante nisso tudo é que Bolsonaro tenha colocado em dúvida as urnas eletrônicas e as eleições brasileiras, sendo que ele mesmo admite e culpa Zambelli por sua derrota. Peraí? Foram as urnas ou foi a Zambelli? Foi a Zambelli ou foi USAID? Fica difícil para as pessoas normais entenderem a lógica bolsonarista assim... Aliás, sejamos francos, não fica difícil. Qualquer pessoa, fora da bolha bolsonarista, percebe que a ideia é atirar pra todos os lados e ver se acerta alguma coisa. Tem sempre um bolsonarista para acreditar em uma narrativa tosca do "mito".
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