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O poder das Big Techs

Foto do escritor: Eduardo MenesesEduardo Meneses

Se sairmos um pouco da questão local (Brasil) e pensarmos globalmente, a gente percebe que temos um problemão em relação às Big Techs.


Hoje, o mundo se conecta através do celular e da internet. A absoluta maioria das pessoas se utiliza de alguma rede social para se informar. Assim, plataformas como o "X", o Facebook, o Instagram, o Tik Tok detêm enorme controle sobre a opinião pública.


Se tudo o que circula nessas redes fosse impulsionado tão somente de maneira orgânica, já seria um problema, visto que a opinião dominante seria aquela de uma maioria de pessoas e que haveria muito menos espaço para a crítica e o contraponto de ideias, uma vez que pensamentos diferentes ou divergentes dificilmente conseguiriam furar as bolhas (o que já ocorre). Mas esse impulsionamento, sendo feito de acordo com a vontade da empresa, dá um poder extraordinário às próprias empresas e seus donos e inviabilizam sistematicamente os debates em pé de igualdade.


Os EUA estão banindo o Tik Tok devido à "ameaça chinesa". Enquanto isso, plataformas como Twitter, Instagram e Facebook influenciam bilhões de pessoas sem filtros adequados. E não faço aqui a defesa do Tik Tok, mas se os EUA estão preocupados com o poder dessa rede sobre os americanos, porque o mundo não deveria estar preocupado com o poder das empresas americanas sobre o mundo?


Em síntese, o que chamo a atenção é que, se não queremos que governos controlem a mente das pessoas, também não queremos que empresários possuam esse controle, pois isso gera, para além do poder econômico, poder político, e isso dá a eles a capacidade de mudar leis nos países, mudar governos e até mesmo influenciar sociedades para que pensem de acordo com seus interesses, sejam eles quais forem.


São bilionários que estão determinando o que bilhões de pessoas devem assistir, como devem se vestir, que religião devem seguir, que valores morais devem prevalecer, que políticos devem ser ouvidos, que leis fazem sentido ou não... Tudo controlado por alguns poucos homens que podem estar (e estão) a serviço dos Estados Unidos, da China, da Rússia... De alguma ideologia... De alguma religião... Mas que são movidos, principalmente e inevitavelmente, pelos próprios interesses financeiros e que vão se aliar até com o diabo para defender esses interesses.


 
 
 

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